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A Yoga Gnóstica dos Sonhos
“Senhor ajuda-nos a transitar das trevas para a
luz, da mentira para a verdade, e da morte para a imortalidade.”
(Upanishads)
Devemos lembrar que o ser humano passa cerca de um terço
de sua vida dormindo, com seu corpo físico relaxado
e sua consciência, adormecida ou não, fora desse
corpo físico. O que fazemos no mundo astral? Aproveitamos
esse terço de nossa vida de maneira útil, proveitosa?
Os Mundos Internos têm uma linguagem, que é a
linguagem dos símbolos. É importante o estudante
gnóstico-esoterista conhecer a linguagem dos sonhos.
Dentro da Psicologia do 4º Caminho, onde se enfatiza
a necessidade do Despertar da Consciência em todos os
momentos da vida, afirma-se que o homem pode viver em 4 estados
de consciência, os grupos humanos dividem-se em quatro
níveis de consciência: sono, consciência
de vigília, consciência de si e a consciência
objetiva.

O sono é um estado puramente subjetivo e passivo.
O homem está rodeado de sonhos. Todas as suas funções
psíquicas trabalham sem direção alguma.
Não há lógica, não há continuidade,
não há causa e/ou resultados nos sonhos. Imagens
totalmente subjetivas, ecos de experiências passadas
durante o dia, ecos de vagas percepções do momento,
ruídos que chegam ao adormecido, sensações
corporais, tais como ligeiras dores, sensação
de tensão muscular, atravessam o espírito sem
deixar mais que um tênue vestígio na memória,
e quase sempre sem deixar sinal algum. Os valores dormem.
Tudo está em latência. São os homens fisiológicos,
boca abaixo: comer, beber, dormir, copular sem aspirações,
no entanto, o Divino nele Dorme... No entanto, mesmo assim
algo se aproveita. Forças Sutis do Universo tentam
nos ajudar nos momentos em que descansamos o corpo físico
na cama. Essa ajuda se dá, normalmente, por meio daquilo
que chamamos Símbolos Oníricos.
Por meio dessa "língua onírica",
astral, podemos receber uma vasta quantidade de informações,
de sabedorias, de mensagens vitais para nosso crescimento
interno. A disciplina da Yoga Gnóstica
dos Sonhos é importantíssima, fundamental mesmo,
para nos auxiliar no Despertar deste estado lamentável
de letargia, sono, desatenção, falta de entusiasmo
pela vida, falta de vontade etc., que estamos experimentando
ao longo de nossa vida, ao longo de nossas vidas. O texto
a seguir foi tirado do livro A Doutrina Secreta de Anáhuac,
do Mestre Samael Aun Weor (capítulos 16 a 21) e serve
como um bom fundamento para nossa Iniciação
à Yoga dos Sonhos. Boa leitura e ótimas práticas.
Os Sonhos
A Gnose
ensina que existem muitas espécies diferentes de
sonhos que a moderna Psicologia decadente do Hemisfério
Ocidental ignora radicalmente. É evidente que os sonhos
são de qualidade diversa específica devido ao
fato concreto de estarem relacionados diretamente com cada
um dos Centros Psíquicos do corpo humano. Com o rigor
da verdade e sem exagero algum podemos afirmar que a maioria
dos sonhos encontra-se vinculada ao Centro Instintivo-Motor,
quer dizer, são o eco de coisas vistas durante o dia,
de sensações e movimentos, mera repetição
astral daquilo que vivemos diariamente. Mesmo assim, algumas
experiências de tipo emocional, tais como o medo –
que tanto dano faz à humanidade – ocorrem nos
sonhos caóticos do Centro Instintivo-Motor.
Existem, pois, sonhos emocionais, sexuais, intelectuais,
motores e instintivos, e outros. Os sonhos mais importantes,
as vivências íntimas do Ser, acham-se associados
aos dois Centros: o Emocional Superior e o Mental Superior.
São certamente interessantes os sonhos relacionados
com os dois centros superiores; caracterizam-se sempre pelo
que poderia denominar de uma formulação dramática.
Ora, se pensarmos no Raio da Criação e nos
centros superiores e inferiores, e nas influências que
descem pelo citado Raio Cósmico, devemos admitir que
elas se apresentam a nós como vibrações
luminosas que procuram nos curar, que tratam de nos informar
sobre o estado em que nos encontramos etc.
É proveitoso receber Mensagens
e estar em contato com os Adeptos astecas, maias, toltecas,
egípcios, gregos e outros. É também maravilhoso
conversar intimamente com as diversas Partes mais elevadas
de nosso Ser. Os Centros Superiores estão plenamente
desenvolvidos em nós e nos transmitem Mensagens que
devemos aprender adaptar conscientemente.
Para aquelas pessoas muito seletas que tiveram momentos de
recordação de Si mesmas na vida, que tiveram
instantes em que viram uma coisa banal ou uma pessoa comum
de um modo completamente novo, não constituirá
surpresa se eu lhes disser, neste capítulo, que esses
momentos têm a mesma qualidade ou sabor íntimo
que esses raros e estranhos sonhos relacionados com os dois
Centros, Emocional e Mental Superiores.
Não há dúvida que o significado desses
sonhos transcendentais pertence à mesma ordem da realização
em si do Raio da Criação e, em particular, da
Oitava Lateral do Sol. Quando começamos a nos dar conta
da profunda significação dessa classe específica
de sonhos, é sinal de que certas forças lutam
para nos despertar, sanar ou curar.
Cada um de nós é um ponto matemático
no espaço, que serve de veículo a determinadas
adições de "Valores" (bons ou maus).
A
Morte é um resto de quebrados; terminada a operação
matemática, a única coisa que fica são
os "Valores" (brancos ou negros). De acordo com
a Lei do Eterno Retorno, é claro que os "Valores"
retornam, reincorporam-se. Se um homem começar a ocupar-se
mais conscientemente do pequeno Ciclo de Acontecimentos Recorrentes
de sua Vida Pessoal, poderá então verificar
por si mesmo, mediante a experiência Mística
direta, que no sonho diário sempre se repete a mesma
operação matemática da morte. Na ausência
do Corpo Físico, durante o sonho normal, os "Valores"
submersos na Luz Astral atraem-se e repelem-se de acordo com
as Leis da Atração Universal. A volta ao estado
de Vigília implica, de fato e por direito próprio,
o "Retorno" dos "Valores" ao interior
do Corpo Físico.
Uma das coisas mais extraordinárias é que as
pessoas pensam que estão em relação somente
com o Mundo externo. A Gnose nos ensina que estamos em relação
com o mundo interior, invisível para os sentidos físicos
comuns, mas visível para a clarividência. O Mundo
Interior Invisível é muito mais extenso e contém
muito mais coisas interessantes que o Mundo Exterior, para
o qual estamos sempre olhando através das janelas dos
cinco sentidos.
Muitos sonhos referem-se ao lugar onde estamos no Mundo Interior
Invisível, de onde surgem as diversas circunstâncias
da vida. A linguagem dos sonhos é exatamente comparável
à linguagem das parábolas. Aqueles que interpretam
tudo literalmente pensam que o Semeador
do Evangelho cristão saiu a semear e que as sementes
caíram em pedregais etc., mas não entendem o
sentido dessa parábola, porque este, em si mesmo, pertence
à linguagem simbólica do Centro Emocional Superior.
Convém lembrar que todo sonho, por absurdo ou incoerente
que seja, tem algum significado, pois nos indica não
só o Centro Psíquico a que está associado,
como também o estado Psicológico de tal Centro.
Muitos Penitentes que se presumiam Castos, quando foram submetidos
a provas nos Mundos Internos, falharam no Centro Sexual e
caíram em Poluções Noturnas. No Adepto
Perfeito, os Cinco Centros Psíquicos: Intelectual,
Emocional, Motor, Instintivo e Sexual, funcionam em plena
harmonia com o infinito.
Quais são as funções mentais durante
o sonho? Que emoções nos agitam e nos comovem?
Quais são nossas atividades fora do Corpo Físico?
Que sensações instintivas predominam? Temos
tomado nota dos estados sexuais durante o sonho? Devemos ser
sinceros conosco mesmo. Com justa razão, disse Platão:
"Conhece-se o homem pelos seus sonhos". A questão
do funcionamento equivocado dos Centros é um Tema que
requer um estudo de toda a vida, através da observação
do si mesmo em ação e do exame rigoroso dos
sonhos.
Não é possível chegar à compreensão
dos Centros e de seu trabalho correto e equivocado em um instante;
precisamos de infinita, paciência. Toda a vida se desenvolve
em função dos Centros e por estes é controlada.
Nossos pensamentos, sentimentos, idéias, esperanças,
temores, amores, ódios, ações, sensações,
prazeres, satisfações, frustrações
etc., encontram-se nos Centros.
A descoberta de algum elemento inumano em qualquer dos Centros
deve ser motivo mais do que suficiente para o trabalho esotérico.
Todo defeito psicológico deve ser previamente compreendido
mediante a técnica da meditação, antes
de proceder à sua eliminação. Extirpar,
erradicar, eliminar qualquer elemento indesejável somente
é possível com a invocação da
ajuda de Tonantzin
a Divina Mãe Kundalini, uma Variante de nosso próprio
Ser, o Fohat particular de cada um de nós. Assim é
que vamos morrendo de instante a instante; só com a
morte advém o novo.
Da escala dos seres e das coisas chegam-nos sem dúvida
influências de toda classe. Se compreendermos o Raio
da Criação, saberemos também que em todo
instante da vida nos chegam influências e que estas
são de diferentes qualidades. É preciso lembrar
sempre que há influências superiores que atuam
sobre nós e que são registradas por nosso aparelho
psíquico, mas se estivermos apegados a nossos sentidos
e não dermos plena atenção à nossa
vida interior, então tampouco conseguiremos perceber
essas influências.
Disciplina da Yoga do Sonho
Os aspirantes que sinceramente anelam a experiência
mística direta devem certamente começar pela
disciplina da "Yoga do Sonho". É claro que
o Gnóstico deve ser exigente consigo mesmo e aprender
a criar condições favoráveis para a lembrança
e compreensão de todas essas experiências místicas
que acontecem sempre durante o sonho.
Antes de nos deitarmos para o descanso dos esforços
e fadigas do viver diário, convém dar a devida
atenção ao estado em que nos encontramos. Os
devotos que, devido às circunstâncias, levam
vida sedentária, realmente nada perdem e muito ganharão
se antes de se deitarem derem um breve passeio a passos rápidos
e no ar fresco. Esse passeio relaxará seus músculos.
Entretanto, convém esclarecer que jamais devemos abusar
dos exercícios físicos; precisamos viver harmoniosamente.
A ceia, o jantar, o lanche ou a refeição
final do dia deve ser leve, sem alimentos pesados ou estimulantes,
evitando-se, cuidadosamente, a ingestão de comidas
que possam nos tirar o sono.
A forma mais elevada de pensar é não pensar;
quando a mente está tranqüila e em silêncio,
livre das preocupações do dia e das ansiedades
mundanas, encontra-se então em um estado cem por cento
favorável para a prática da Yoga do Sonho. Quando
o Centro Emocional Superior trabalha realmente, acaba, ainda
que só por breve tempo, o processo de pensar. É
evidente que o referido Centro entra em atividade com a Embriaguez
Dionisíaca. Esse arrebatamento é possível
ao se escutar com infinita devoção as sinfonias
arrebatadoras de Wagner, Mozart, Chopin e outros.
A música de Beethoven, mui especialmente, é
extraordinária para fazer vibrar intensamente o Centro
Emocional Superior. O Gnóstico sincero nela encontra
um imenso campo de exploração mística,
porque não é música de formas mas idéias
arquetípicas inefáveis; cada nota tem seu significado;
cada pausa, uma emoção. Beethoven, ao sentir
tão cruelmente os rigores e provas da "Noite Espiritual",
em vez de fracassar como muitos aspirantes, foi abrindo os
olhos de sua intuição ao Supernaturalismo misterioso,
à parte espiritual da Natureza, a essa região
onde vivem os Reis Angélicos desta grande Criação
Universal: Tlaloc, Ehecatl, Huehueteotl e outros. Vede o "Músico-Filósofo"
ao longo de sua vida exemplar. Sobre sua mesa de trabalho
tem constantemente à vista sua Divina Mãe Kundalini,
a inefável Neith, a Tonantzin de Anahuac, a Suprema
Ísis egípcia. Disseram-nos que esse Grande Mestre
havia colocado aos pés daquela imagem adorável
uma inscrição redigida pelo próprio punho,
e que reza misteriosa: "Eu Sou a que foi, é e
será, e nenhum mortal levantou meu véu".
O progresso íntimo revolucionário torna-se impossível
sem o auxílio imediato de nossa Divina
Mãe Tonantzin. Todo filho agradecido deve amar
sua Mãe; Beethoven amava a sua profundamente.
Fora do Corpo Físico, nas horas de sonho, a alma pode
conversar com sua Divina Mãe; mas é evidente
que devemos começar com a disciplina da Yoga do Sonho.
Precisamos prestar atenção no quarto onde vamos
dormir; a decoração deve ser agradável;
as cores mais desejáveis para os fins que se perseguem
– a despeito do que outros autores aconselham –
são precisamente as três primárias: azul,
amarelo, vermelho.
As três cores primárias correspondem sempre
às três Forças Primárias da Natureza
(o Santo Triamatzikamno), isto é, o Santo afirmar,
o Santo negar e o Santo conciliar. É bom lembrar que
as três formas originais desta grande Criação
cristalizam-se sempre de forma positiva, negativa e neutra.
A causa causarum do Santo Triamatzikamno encontra-se oculta
no elemento ativo Okidanock; este, em si mesmo, é tão-somente
a emanação do Sagrado Absoluto Solar. É
óbvio que a repulsa às três cores primárias,
depois da exposição de todas essas razões,
equivale, por simples dedução lógica,
a cair em um despropósito, em um desatino.
A Yoga do Sonho é extraordinária, maravilhosa,
formidável; todavia, é muito exigente. O quarto
deve estar sempre bem perfumado e arejado, mas não
se deve deixar nele penetrar o sereno frio da noite. O Gnóstico,
depois de uma revisão detalhada de si mesmo e do quarto
em que irá dormir, deve examinar sua cama. Se observamos
qualquer bússola, podemos verificar por nós
mesmos que a agulha aponta para o Norte. É claro que
podemos aproveitar conscientemente essa corrente magnética
do mundo, que flui sempre de Sul a Norte. Orientemos a cama
de forma tal que a cabeceira fique sempre voltada para o Norte;
assim, poderemos usar inteligentemente a corrente magnética
indicada pela agulha. O colchão não deve ser
nem muito duro nem muito mole; quer dizer, deve ter uma flexibilidade
tal que não afete de modo algum os processos psíquicos
de quem dorme. Os chiados das molas ou uma cabeceira que range
ao menor movimento do corpo constituem um sério obstáculo
para essas práticas. Coloca-se sob o travesseiro um
caderno ou um bloco de anotações e um lápis
para que possam ser facilmente encontrados no escuro. As roupas
de cama devem ser frescas e muito limpas, e deve-se perfumar
a fronha com a fragrância preferida.
Depois de cumprir todos esses requisitos, o asceta Gnóstico
dará o segundo passo desta disciplina esotérica.
Deitará, e tendo apagado a luz, pôr-se-á
em decúbito dorsal (de barriga para cima), com os olhos
fechados e as mãos sobre o plexo solar. Ficará
completamente quieto durante alguns instantes e, depois de
estar relaxado totalmente, tanto no físico como no
mental, concentrar-se-á em Morfeu, o Deus do Sono e
dos Sonhos. E inquestionável que cada uma das partes
isoladas do nosso Ser Real exerce determinadas funções,
e é justamente Morfeu (não confunda com Orfeu)
o encarregado de nos educar nos Mistérios do Sonho.
Seria algo mais do que impossível traçar um
esquema do Ser; mas, todas as partes espiritualizadas, isoladas,
de nossa presença comum, desejam a perfeição
absoluta de suas funções. Quando nos concentramos
em Morfeu, este se regozija pela excelente oportunidade que
lhe oferecemos. É indispensável ter Fé
e saber suplicar; devemos pedir a Morfeu que nos instrua e
nos desperte nos Mundos Suprassensívei.
Neste momento, começa a apoderar-se do Gnóstico
esoterista uma sonolência bastante especial, e ele então
adota a Postura do Leão: "Deitado sobre seu lado
direito, com a cabeça dirigida para o Norte, puxa as
pernas para cima lentamente até que os joelhos fiquem
dobrados. Nessa posição, a perna esquerda apóia-se
sobre a direita; a seguir, coloca a face direita sobre a palma
da mão direita e deixa o braço esquerdo descansar
sobre a perna do mesmo lado".
Quando despertamos do sono normal, não devemos nos
mexer, porque, com tal movimento, é claro que nossos
"Valores" se agitam e perdem-se as lembranças.
O Exercício Retrospectivo torna-se, sem dúvida,
necessário nesses instantes, quando desejamos recordar
com total precisão todos e cada um de nossos sonhos.
O Gnóstico deve anotar metodicamente os detalhes do
sonho ou sonhos no caderno ou no bloco colocado sob o travesseiro
para este fim. Assim poderá ter um registro minucioso
sobre seu progresso interno na Yoga do Sonho. Ainda que restem
na memória vagos fragmentos do sonho ou sonhos, estes
devem ser cuidadosamente registrados. Quando nada permaneceu
na memória, devemos iniciar o exercício de Retrospecção
com base no primeiro pensamento que tivemos no instante exato
em que acordamos.
Precisamos esclarecer de maneira enfática que o Exercício
de Retrospecção principia antes de havermos
retornado completamente ao estado de vigília, quando
ainda nos encontramos no estado de sonolência, cuidando
de seguir conscientemente a seqüência do sonho.
Terminamos este capítulo afirmando que não
é possível ir além desta parte relacionada
com a disciplina da Yoga do Sonho, a menos que tenhamos conseguido
a memória perfeita de nossas experiências oníricas.
Prática do Retorno
Quando o aspirante realizou com pleno êxito todos os
exercícios gnósticos relacionados com o esoterismo
do sonho, é claro que se encontra intimamente preparado
para a "Prática do Retorno".
No capítulo anterior dissemos algo sobre o Elemento
Iniciador que surge como por encanto dentre as cambiantes
e amorfas expressões de seus sonhos. Certas pessoas
muito Psíquicas, sensíveis e impressionáveis,
possuíram sempre em si mesmas o Elemento Iniciador.
Essas pessoas caracterizam-se pela repetição
contínua de um mesmo sonho; revivem periodicamente
essa ou aquela cena, ou vêem constantemente em suas
experiências oníricas essa ou aquela criatura
ou símbolo.
Toda vez que o Elemento Iniciador - símbolo, som,
cor, pessoa etc. – é lembrado no despertar do
sono normal, o aspirante, ainda com os olhos fechados, continua
vendo a imagem-chave familiar e imediatamente, de maneira
intencional, tratará de dormir de novo, prosseguindo
com o mesmo sonho.
Diremos, com outras palavras, que o aspirante propõe
a voltar consciente a seu próprio sonho e, por isso,
continua intencionalmente com o mesmo, mas trazendo-o para
o estado de vigília, com plena lucidez e autocontrole.
Converte-se assim em espectador e ator do sonho, com a vantagem,
por certo nada desprezível, de poder abandonar a cena
à vontade, a fim de mover-se livremente no mundo astral.
O aspirante, liberto então de todas as travas da carne,
fora de seu corpo físico, acha-se desprendido do seu
velho e familiar ambiente penetrando em um universo regido
por leis diferentes.
A Disciplina do Estado de Sonho dos tântricos budistas
conduz didaticamente ao Despertar da Consciência. O
gnóstico só poderá despertar o Estado
Verdadeiro de Iluminação mediante a compreensão
e a desintegração de sonhos.
As Sagradas Escrituras do Hindustão afirmam de maneira
formal que o Mundo inteiro é o Sonho de Brahma.
A partir desse postulado hindu, afirmaremos categoricamente
o seguinte: "Quando Brahma desperta, o Sonho acaba..."
Mas, enquanto o aspirante não conseguir a dissolução
radical, não só dos sonhos em si mesmos, como
também dos motivos psicológicos que os provocam,
o Despertar Absoluto ser-lhe-á impossível.
O despertar definitivo da consciência só é
possível mediante uma transformação radical.
Os Quatro Evangelhos cristãos insistem na necessidade
do despertar; lamentavelmente, as pessoas continuam adormecidas.
Quetzalcoatl, o Cristo Mexicano, foi, evidentemente, um homem
cem por cento desperto.
A multiplicidade de suas funções também
nos indica com absoluta precisão a grande antigüidade
de seu culto e a profunda veneração que lhe
era dedicada em toda a Mesoamérica. Os Deuses Santos
de Anahuac são Homens Perfeitos no sentido mais completo
da palavra; criaturas absolutamente despertas; Seres que erradicaram
de sua Psique toda possibilidade de sonhar.
Tlaloc, "o que faz brotar", Deus das chuvas e do
raio, sendo um Deus, também é um homem desperto,
alguém que teve de eliminar de sua Psique não
só seus sonhos, como também toda possibilidade
de sonhar. Ele é a principal Entidade Sagrada da antiquíssima
cultura olmeca, e aparece sempre com a máscara do Tigre-Serpente
nos machados colossais e nas diversas figuras de jade. Texcatlipoca
e Huitzilopochtli, Criaturas do Fogo, vivas representações
da noite e do dia, também são homens despertos,
seres que conseguiram passar mais além dos sonhos.
Fora do Corpo Físico, o homem desperto pode invocar
os Deuses Santos dos astecas, maias, zapotecas, toltecas e
outros. Os Deuses dos códices Bórgia, Borbônico
e outros vêm ao chamado do homem desperto. Mediante
o auxílio dos Deuses Santos, o homem desperto pode
estudar, na Luz Astral, a Doutrina Secreta de Anahuac.
As Quatro Bem-Aventuranças
No capítulo anterior, falamos bastante sobre o Elemento
Iniciador do sonho, e é óbvio que só
nos resta agora aprender a usá-lo. Quando o gnóstico
tem um registro de seus sonhos, descobre, sem dúvida,
o sonho que se repete sempre. Este, entre outros, é
certamente um motivo mais do que suficiente para anotar todos
os sonhos no caderno ou no bloco.
A experiência onírica sempre repetida é,
inquestionavelmente, o Elemento Iniciador que, utilizado com
inteligência, nos conduz ao despertar da consciência.
Toda vez que o Místico, deitado na sua cama, adormece
intencionalmente, meditando no Elemento Iniciador, o resultado
nunca se faz esperar muito: em geral, o Anacoreta revive conscientemente
tal sonho, podendo separar-se da cena à vontade para
viajar pelos Mundos Supra-sensíveis.
Qualquer outro sonho pode também ser usado com esse
propósito, quando conhecemos realmente a técnica.
Quem desperta de um sonho, se for de seu desejo, pode prosseguir
com ele mesmo intencionalmente; neste caso, deve adormecer
outra vez, revivendo sua experiência onírica
com a Iimaginação. Não se trata de imaginar
que estamos imaginando; o fundamental consiste em reviver
o sonho com todo o seu cru realismo anterior.
Repetir intencionalmente o sonho é o primeiro passo
em direção ao despertar da consciência;
separar-se à vontade do sonho e em pleno Drama é
o segundo passo. Alguns aspirantes conseguem dar o primeiro
passo, falta-lhes força para dar o segundo passo.
Essas pessoas podem e devem ajudar-se por meio da técnica
da meditação. Tomando decisões muito
sérias, esses devotos praticarão a meditação
antes de se entregarem ao sono. Neste caso, seu problema íntimo
será o tema evidente de concentração
e auto-reflexão na meditação interior
profunda.
Durante esta prática, o místico angustiado,
cheio de emoção sincera, invoca sua Divina Mãe
Tonantzin (Devi Kundalini). Derramando lágrimas de
dor, o asceta gnóstico lamenta-se do estado de inconsciência
em que se encontra e implora a ajuda rogando à sua
Mãe que lhe dê forças interiores para
desprender-se de qualquer sonho à vontade.
A finalidade de toda esta disciplina do sonho tântrico
é preparar o discípulo para reconhecer claramente
as Quatro Bem-Aventuranças que se apresentam na experiência
onírica. Esta disciplina esotérica é
tão-somente para pessoas muito sérias, pois
exige infinita paciência e enormes superesforços
íntimos.
Muito se fala no mundo oriental sobre as Quatro Luzes do
Sonho e nós devemos estudar esta questão.
A primeira delas é chamada a Luz da Revelação,
e escrito está com letras de ouro no Livro da Vida
que ela é percebida justamente antes ou durante as
primeiras horas do sonho. Cumpre dizer formal e diretamente
que a indesejável mistura de impressões residuais
e a corrente habitual de pensamentos discriminatórios
felizmente vão se dissolvendo lentamente à medida
que o sonho se torna mais profundo. Nesse estágio do
sonho, insinua-se progressivamente a Segunda Iluminação,
a que se conhece na Ásia com o nome maravilhoso de
Luz do Aumento.
Evidentemente, o Asceta Gnóstico, mediante a extraordinária
disciplina do Sonho Tântrico, logra passar muito mais
além desta etapa até captar ou apreender completamente
as duas luzes restantes. Vivenciar distintamente o realismo
cru da vida prática nos Mundos Superiores de Consciência
Cósmica, significa ter atingido a Terceira Luz, a da
Realização Imediata. A Quarta Luz é a
da Iluminação Interior Profunda e nos advém
como por encanto em plena experiência mística.
Um tratado tibetano declara: "Aqui,
no Quarto Grau do Vazio, mora o Filho da Mãe Luz Diáfana".
Falando franca e diretamente, declaro o seguinte: "A
disciplina do sonho tântrico é, na realidade,
uma preparação esotérica para esse sonho
final que chamamos Morte". Tendo morrido muitas vezes
durante a noite, o gnóstico anacoreta que tenha apreendido
conscientemente as Quatro Bem-Aventuranças que se apresentam
na experiência Onírica, no momento da desencarnação
passa ao estado post-mortem com a mesma facilidade com que
entra voluntariamente no Mundo do Sonho.
Fora do Corpo Físico, o Gnóstico Consciente
pode verificar, por si mesmo, o destino que está reservado
às Almas além da Morte. Se toda noite, mediante
a Disciplina Tântrica do Sonho, o esoterista pode morrer
conscientemente e penetrar no Mundo dos Mortos, é claro
que pode também, por este motivo, estudar o Ritual
da Vida e da Morte enquanto chega o oficiante.
Hermes, depois de ter visitado "Os Mundos Infernos",
onde vira com horror o destino das Almas Perdidas, conheceu
coisas insólitas. Disse Osíris a Hermes: "Olhe
deste lado. Vês aquele enxame de Almas que buscam elevar-se
à Região Lunar? Umas são devolvidas à
terra, como torvelinhos de pássaro sob os golpes da
tempestade. As outras alcançam com grandes adejos a
Esfera superior, que as arrasta em sua rotação.
Uma vez ali chegadas, recobram a visão das coisas Divinas".
Os astecas colocavam um galho seco quando enterravam os que
haviam sido escolhidos por Tlaloc, o Deus da chuva. Dizia-se
que quando o bem-aventurado chegava ao "Campo de Delícias",
que é o Tlalocan, o galho seco reverdescia, indicando
com isso o regresso a uma nova vida, o retorno. Aqueles que
não foram escolhidos pelo Sol ou por Tlaloc vão
fatalmente ao Mictlan, situado ao Norte, região onde
as Almas sofrem uma série de provas Mágicas
ao passarem para os "Mundos Infernos". São
nove os lugares onde as Almas sofrem espantosamente antes
de alcançarem o descanso definitivo. Isto faz-nos lembrar
os "Nove Círculos Infernais" da Divina Comédia
de Dante Alighieri. São muitos os Deuses e Deusas que
povoam os Nove Círculos Dantescos do Inferno asteca.
Lembramos o espantoso "Mictlantecuhtli" e a tenebrosa
"Mictecacihuatl", o Senhor e a Senhora do Inferno,
habitantes do nono ou mais profundo dos lugares subterrâneos.
As Almas que passam pelas provas do "Inferno Asteca",
depois da Segunda Morte, entram felizes nos Paraísos
Elementais da Natureza.
É inegável que as Almas que, depois da Morte,
não descem aos "Mundos Infernos", tampouco
ascendem ao "Reino da Luz Dourada", nem ao "Paraíso
de Tlaloc", ou ao "Reino da Concentração",
etc. Regressam ou retornam de modo mediato ou imediato a um
novo Corpo Físico. As Almas eleitas pelo Sol ou por
Tlaloc gozam muito nos Mundos Superiores antes de retornarem
ao Vale de Samsara. Os anacoretas gnósticos, depois
de apreenderem as Quatro Luzes do Sonho, podem visitar conscientemente
toda noite o "Tlalocan", ou descerem ao "Mictlan",
ou entrarem em contato com as Almas que, antes de retornarem,
vivem na Região Lunar.

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do Nome, o Número Poderoso, Lições Kármicas,
as Pirâmides na Numerologia e muito mais.
Características dos Signos
Palavras chaves, Como escolhem exercícios físicos, Seu esporte
preferido, Como beijam, Sua planta medicinal, Seus
sonhos, A casa, O comportamento, As férias, Como se vestem.
Leia
as características do seu Signo.
Mapa Astral Natal
Neste estudo você receberá uma explicação técnica
de cada parte de seu Mapa. Signo Solar, Ascendente, Casas Astrológicas,
Conjunções, etc. Nosso objetivo é oferecer
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Sinastria
É feita a partir da data, local e horário de nascimento
de 2 pessoas. Com este Mapa você pode saber quais
são os pontos em comum de um relacionamento ( namoro, amizade
ou casamento ). Faça
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